Lágrimas começaram a rolar em meu rosto
Quando abri os olhos, quis sentir algo, mas não consegui. Quis lembrar-me do efeito da tua voz na minha pele, mas nada senti. A última coisa de que me lembro é de estar sorrindo e acreditando em tuas promessas de amor eterno. Depois disso, escuridão total. Desacordada, jazia no reflexo de tuas lágrimas superficiais de falso remorso. E nem sei por que voltei a mim. Senti dores agudas, e descobri as marcas da tua frieza no meu corpo. Fui espancada por tuas palavras, humilhada por tua indiferença, violada por tua ausência, rebaixada por teu orgulho. Não sabia onde estava, e não tinha forças para levantar. Roubaste-me a certeza do teu amor. 
Tua calmaria, tua brisa noturna,
teu medo, teu não, tua repetição.
E eu, sem aviso, te sinto em vulcão,
com chegada soturna, e notável explosão.
Crava os olhos em mim!
Queima de vez esses céus
que me invadem a pele
sentindo as mãos tuas.
Ferve e destila meus sonhos!
Rasga de vez esses véus
que me cobrem o corpo
com verdades nuas.
Em ebulição, ainda te desejando,
com rios de sangue em lava fervente,
meu coração-gêiser pulsa e explode,
queimando, te amando... absurdamente...
Crystal Solle, 31/05/2008
