(Uma única vez eu permitirei...)
Que, uma única vez, em meus olhos, tu entres,
que manter inertes teus cílios, tu tentes:
no bosque de névoas e chuvas de orvalho,
eu permitirei, e entrarás intacto.
Flores e folhas iguais em cor,
madrugadas constantes, nas noites, temor!
Não sintas medo, e não voltes atrás:
uma única vez nesse bosque estarás,
mas sou eu quem direi se de lá sairás...
Um passo em falso trairia meus planos...
Meus cílios cerrados causariam danos:
represadas as lágrimas de sofrimento,
mesmo se o excesso descesse, lento,
te afogarias no bosque submerso...
Siga a trilha escorregadia,
cheia de musgos e pássaros mudos...
Faça um lindo buquê de palavras
para presentear o sol castanho-escuro
(a íris lustrosa que paira no fim do caminho alagado).
Que tu fales e tragas ao bosque esplendores:
manhãs plenas de cores, tardes e noites de amores...
Que tu saias ileso dos abismos da culpa,
e da congelante frieza da chuva...
Crystal Solle, 12/11/07
1 cristais:
Que bom me perder nesse bosque....
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