A primeira lágrima que derramei por ti foi de amor.
A segunda, deixei rolar por medo
de não compartilhar contigo os momentos mais bonitos.
A terceira brilhou em minha face, cheia de mágoa e dor.
Derramaria cada uma delas novamente,
quero que saibas,
se tivesse a certeza de que não tentaste, de propósito,
derreter minha capacidade de amar.
Não me permiti novamente sentir meu rosto salgado,
marcado com restos mortais de sorrisos e sonhos.
A última lágrima é a que nasce agora,
escondida entre meus dedos.
Não é com a dor de amar que choro,
é com a dor de sentir, que sofro...
Pararia de sofrer
cinco minutos a cada hora, no entanto,
se soubesse que, em algum momento,
uma lágrima furtou teu orgulho.
Crystal Solle, ?/2002
13 cristais:
gostei da beleza e pureza do texto!!
um poema pode começar a ser escrito numa semana e ser terminado na outra e o sentimento já nao é o mesmo, é a beleza da ficção e não do momento actual
gostei!!
Muito bonito:)*
sabe.. algo que me fascina é todo o processo emocional e fisiológico que engloba o processo das lágrimas. Em grande parte se deve a minha incapacidade de gera-las, não por falta de sentimento ou disfunção fisiológica, apenas por conjunções da experiencia de uma vida.
Acho interessante que ocorre com vários uma substituição das lágrimas por elementos poéticos ou simplesmente atos autodestrutivos.
Eu estou em um momento de avaliação e redescoberta de alguns sentimentos e por vezes me falta a capacidade de descarregar certas emoções.
Enfim, desculpe a ausência, garanto que vou aparecer mais aqui e também atualizar o manual em breve. bjos!
Gostei muito...bjos!!!
A mulher tem a capacidade de poder chorar por amor. Acho que isso é muito bom. Pelo menos é melhor amar e sofrer do que nunca ter amado.
Bjinho
Apesar de ter uma interpretação um pouquinho diferente de vc sobre o texto do Mário Quintana que vc citou no post antes desse, vou citar uma frase dele aqui (acho) pra ilustrar o que vi no seu poema:
"Tão bom morrer de amor e continuar vivendo."
Bjs
Falando em sofrer de amor, acho que eu deixo algumas coisas a esse respeito no meu último post...
E eu tô falando de amor mesmo!
Daquele definitivo.
Apesr de ficcional, esse poema é muito verdadeiro porque traduz aquele sofrimento por amor que, mais cedo ou mais tarde, conhecemos (pelo menos os que têm a capacidade de amar).
"O importante na vida, entretanto, não é o que se ama e sim sentir amor." Marcel Proust, in À Sombra Das Moças Em Flor
beijos beijos florzinha!
p.s. tem presente pra você ali em casa
"O importante na vida, entretanto, não é o que se ama e sim sentir o amor." Marcel Proust, in À Sombra Das Moças Em Flor
beijos beijos florzinha
p.s. tem presente pra você ali em casa
Dizem os entendidos... que o choro é uma forma de lavar-nos a alma, de nos renovarmos por dentro. As lágrimas devem ter, de facto, esse efeito purificador. Lavam-nos os olhos para conseguirmos ver melhor o caminho certo. Por isso, devemos deixá-las secar rapidamente, por forma a que elas nos deixem ver e caminhar no rumo que queremos.
Beijos....
Ficcino
Humm... 2002, hein? Quer dizer que já militava nesta "área" há tempos. E, ainda arranjou mais um apoio "logístico", o da garota do paumdequeijominêro, a Roberta.
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Como disse o seu primo lá em cima, apesar da trilogia de lágrimas, o poema está muito bem escrito, além de refletir muito bem esta faceta quase masoquista do amor, que existe de verdade e é também muito freqüente.
Outro dia, estava assistindo ao novo DVD do Valdick Soriano, e a certa altura do show, antes de cantar uma canção de dor de cotovelo, ele diz: "sem o sofrimento, não existiria compositores e nem poetas". Será? Comentei esta passagem no blog da Nuvenzinha e, fiz-lhe a mesma pergunta.
Beijo-te!
Nem sempre as lágrimas são sinal de tristeza. Gostei muito destas que verteste aqui no teu cantinho.
Beijo
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